quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vai ter ou não vai ter, eis a questão...



Hashtag VaiTerCopa ou Hashtag NãoVaiTerCopa?

Em qual time você está? Eu estou dividido. Há sete anos, quando o país foi confirmado como sede, eu não concordei. Não concordo até hoje. Isso porque já era possível prever os atrasos nas obras ou - pior - a não entrega delas, os estádios absurdamente caros, etc...

Claro que não faço parte do time dos chatos. Aqueles que chamam de alienados os colecionadores de figurinha por achar que "poderiam estar fazendo algo pelo país ao invés de se reunirem para completar o álbum". O grande problema nisso tudo é que as mesmas pessoas que fazem essas críticas são as mesmas que adoram - e até se gabam de - ficar bêbadas no carnaval de São Luiz do Paraitinga. Isso também não seria uma perda de tempo? Não seria alienação? Copa do Mundo tem de quatro em quatro anos e o carnaval que tem todo começo de ano? Ah, e as reuniões para as trocas de figurinha não matam pessoas, já o carnaval... as estatísticas estão aí para mostrar quantas acontecem nas estradas brasileiras.

Bom, mas o assunto é o Mundial. Até ontem, dia 11, eu estava bem tranquilo quanto à Copa. Não fui afetado pela ansiedade como aconteceram outras vezes. Mas isso começou a mudar no final da tarde. Saí da redação com uma sensação diferente, semelhante a que sinto quando deixo o local de trabalho no final do ano. Como se algo fosse mudar depois do dia 12 de junho. Estranho, não?

No caminho da rodoviária até minha casa, uma caminhada de no máximo dez minutos, pude ver que as ruas, enfim, estão enfeitadas. Os enfeites, na verdade, foram feitos tão 'nas coxas' quanto os estádios. Mas, assim como os palcos da Copa, eles estão lá. De um dia para o outro o clima característico do fanatismo pelo principal evento do futebol tomou conta de parte da cidade. Bom, pelo menos do caminho que eu faço da rodoviária até em casa.

Porém é necessário que todos tenham a noção de que a 'Copa das Copas' não vai acontecer.  Cada vez que leio notícias sobre José Maria Marin, Joseph Blatter e suas maracutaias, todas as vezes que vejo imagens do horroroso e inacabado Itaquerão (ou Arena Corinthians ou, ainda, Arena São Paulo) me dá uma dor no estômago. Isso aumenta quando leio as notícias das alfinetadas dos gringos. Claro que, sobre esse item, temos que relevar porque a
lguns comentários são carregados de preconceito, mas é complicado mesmo assim.

E, se com a Copa já está difícil, imagina daqui a dois anos, com os Jogos Olímpicos? A queda do cavalo tende a ser pior e mais dolorosa. Acho que a energia que vai ser gasta nesses protestos deve ser concentrada para protestos contra os Jogos Olímpicos (que, é bom lembrar, muita gente comemorou a escolha na praia de Copacabana, com telão e tudo mais).

Até porque agora não adianta nenhum protesto contra a Copa. Ela já está aí. A vaia contra a Dilma é válida, contra o Marin e o Blatter vale ainda mais. Só não seja chato de ficar buzinando na orelha das pessoas falando que "quem gosta de Copa é alienado", "que o Neymar não vale mais que um professor" e outros discursos que são vazios por saírem da boca para fora.

Os ídolos esportivos existem em todos os países, não só no Brasil. Americano gosta do tal 'football', jogado com as mãos e que tem a bola oval. Só não existe Copa para o esporte porque quase ninguém mais joga.  E lá, acredito, ninguém fica falando de alienação e coisa parecida. Sejam responsáveis no momento certo.

Caso você não goste de Copa do Mundo não assista. Desligue a televisão, vá ler um livro. Ah, e nos jogos do Brasil, procure não sair cedo do trabalho.

Resumindo tudo isso: Vai ter Copa, mas não deveria (pelo menos não aqui).