segunda-feira, 18 de março de 2013

Elvis não morreu... nem Zélia!


Vou abrir um espaço no blog para fazer uma homenagem. Esse post é dedicado à Dona Zélia. Uma senhora que morava na mesma calçada de casa e que era conhecida no bairro inteiro como a maior fã do Elvis Presley da cidade, ou até, quem sabe, de toda a região. Ela faleceu há duas semanas depois de passar por sérios problemas de saúde.

O texto que vou publicar foi feito por mim em 2008 para uma disciplina na faculdade, quando estava cursando o segundo ano. O título do texto era: "Elvis não morreu! Apenas passa férias em Taubaté"

Dona Zélia com algumas peças da coleção


Zélia Oliveira Franco, 68, lecionou as disciplinas de história e geografia na rede estadual de ensino durante 32 anos de sua vida. Aposentada desde 2003, ela ocupa o tempo livre lendo os inúmeros livros que tomam conta das estantes, dando aulas particulares para os filhos de alguns vizinhos, além de ouvir, assistir e cultuar a música do artista que, mesmo depois de morto, é o que mais vende discos no mundo: Elvis Presley.

No, antes pacato, bairro Jardim Maria Augusta, em Taubaté, a professora Zélia Oliveira Franco, ou ‘Zélvis’ (como é mais conhecida), acorda cedo para fazer a caminhada habitual na praça em frente à residência onde mora. Às 10h da manhã de segunda-feira, Zélia abre as portas da sua casa para conceder a entrevista. Logo na entrada, alguns quadros e pôsteres que ocupam algumas paredes mostram as várias fazes do ídolo dessa simpática senhora. 

Zélia nasceu na cidade de Celly Campello, mas foi outro ícone do Rock’n’Roll que fascinou a professora. Ela conta que em 1953 ouviu pela primeira vez o cantor americano, famoso pela voz grave e os olhos verdes. “Eu ouvi na rádio, me apaixonei pela voz e logo pensei: ‘Nossa, esse moço deve ser muito bonito’. Fiz questão de não esquecer o nome dele”. Eis que um dia, passando pelo antigo ‘Cine Palace’ (hoje sede de uma igreja evangélica), ela avistou um cartaz anunciando o longa-metragem ‘Love me Tender’, no qual a estrela principal era o mesmo cantor da voz grave que ela fez questão de gardar o nome há tempos atrás.

Zélia cabulou aula durante toda a semana, com o intuito de assistir o filme. Para isso ela tinha um plano infalível: “Eu ia para a escola com uma saia justa por baixo do uniforme e uma sapatilha na bolsa. Próximo ao cinema existia um terreno baldio onde eu trocava de roupa, para não ser pega com o uniforme”.

No ano de 1967, Zélia começou a cursar a faculdade de História e logo em seguida, começou a dar aulas no Colégio Idesa, substituindo outra professora que se ausentara para lecionar em outra escola. A partir daí, Zélia trabalhou em várias cidades do Vale do Paraíba, até dar aula em Taubaté novamente, desta vez, no Colégio Estadual Monteiro Lobato, o ‘Estadão’. “Dei aula até 1997, quando me aposentei. Quis voltar e fiquei até 2003, para sair definitivamente, porque hoje os alunos não sabem qual é o continente asiático, mas mesmo assim passam de ano. Por isso minha saída foi oficial, mas ainda sinto falta, quando ouço o sinal do colégio, fico com vontade de voltar”.

Na casa de seis cômodos estão amontoados todos os tipos de recordações e lembranças de Elvis Presley. Revistas (em português, espanhol e inglês), livros (um deles, de receita, que ensina como fazer os pratos preferidos do cantor), quadros, bonecos, canecas, fronha com o nome dele gravado. Porém, Zélia não tem a conta exata de quantos objetos, que levam a marca do ‘Rei do Rock’n’Roll’, ela possui. Na parte dos discos, segundo às contas de Dona Zélvis, são cerca de 300 CD’s e 200 LP’s, sendo que entre os antigos ‘bolachões’ estão os chamados ‘Picture Disc’. Esses Long Plays trazem a foto de Elvis nos dois lados. “Para tocar esses discos é necessário ter uma vitrola com agulha de diamante. Como eu não tenho, não me arrisco a colocá-los para tocar, por isso tenho todos eles em CD”, explica.

Mas o que chama a atenção em meio a todos esses objetos são as fotos e algumas lembranças furtadas da Casa do Elvis, em Memphis, no estado norte americano do Tennessee. Zélia afirma que, em uma de suas oito idas à terra natal do cantor, 'pegou' algumas lembrancinhas como, por exemplo, o pedaço de uma camisa de Presley. “Consegui o pedaço da camisa dele que estava em exposição. Quando cheguei ao hotel, coloquei o tecido ao lado da televisão do quarto, mas a camareira jogou fora. Só me dei conta que havia perdido o pedaço da camisa, aqui em Taubaté”.

Alguns desses muitos objetos foram adquiridos por meio de trocas com outras pessoas que são associadas aos vários fã-clubes do Elvis espalhados pelo Brasil. “Nós somo amigos, trocamos materiais e informações sobre os eventos que vão acontecer, as próximas viagens”.


Fecho o post com uma música cantada pelo Elvis e que eu acho uma das melhores.

 

2 comentários:

  1. SAUDADES, MOMENTOS, ALEGRIAS E TRITESAS O BOM FOI TER PODIDO APROVEITAR, UM RECORTE DE JORNAL, LIVROS, CDS, FILMES, VIAGEM A MEMPHIS, ESSA MINHA MADRINHA DEIXOU MUITA SAUDADE, DEUS TE DE MUITA LUZ NA VIDA COM JESUS E ELVIS. DIRCEU

    LINDA HOMENAGEM, PARABENS

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  2. Com certeza, umas das melhores professora que tive. Muitas saudades, ela pegava diversas vezes no meu pé e nunca desacreditada no meu potencial ... Sempre estará viva no meu coração S2

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